quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Destinos..

Aproveitarei este post para fazer um curto comentário à realidade que encontrei das viagens que fiz nas passadas duas semanas, e passar um pouco das reminiscências culturais que absorvi. Ao mesmo tempo justifico a minha ausência temporária do blog.

Em primeiro lugar, Gotemburgo, um regresso a casa, cidade que conheço bem. Segunda cidade Sueca, fantástica organização, sente-se qualidade de vida, nas ruas, cafés, bares, muito ao estilo do que é a generalidade da Suécia. Não se vêm sinais de pobreza mesmo quando nos afastamos dos pontos mais centrais, tão pouco sinais de grande riqueza. Existe claramente um estilo de vida transversal à maioria das pessoas: sair cedo para o trabalho, regressar a casa não depois das 16h e pelo caminho, especialmente os mais jovens, acabam por fazer uma pausa num dos cafés do centro da cidade para beber um café e partilhar uma conversa; uma actividade que se pode estender por mais de uma hora. De facto, não existem grandes incentivos extrínsecos para que se tenha uma vida profissional muito preenchida, os salários são bastante nivelados, e mesmos os mais baixos garantem uma boa qualidade de vida. Uma cidade bastante jovem e enérgica, onde se situa uma das maiores Universidade da Suécia. As pessoas são em geral atenciosas não negam um pedido de ajuda, mas também ao estilo Sueco extremamente individualistas, vivem consigo próprias, ou com um grupo restrito de amigos onde é difícil penetrar. Aliás tenho notado ao longo dos anos uma menor abertura aos estrangeiros, sem que isto tenha qualquer influência no primeiro contacto ou abordagem. Isto está alinhado também com os sinais de conflito social que o país tem vivido num momento em que 10% da sua população é imigrante, e têm pela primeira vez um partido de índole nacionalista no parlamento.

Nos momentos de diversão, são bastante excêntricos, mas mais uma vez entre as classes mais elitistas, não falar o Sueco pode criar alguns obstáculos a uma maior aproximação.

Rumo a Norte para Oslo, de carro, a fronteira vinca várias diferenças, para além da dificuldade que pode ser utrapassá la per se!!! O control é apertado! Enquanto que em território Sueco existem alguns quilómetros com ausência de Autoestrada, e longos períodos de pouca visibilidade, em território Norueguês luz em todos os 150 km de Austoestrada, longos períodos em túneis e em passagens sobre o mar. Não estivéssemos num dos países mais ricos dos Mundo. No entanto, se na Suécia encontramos um grande número de povoações, passando a fronteira é possível fazer 50km sem qualquer sinal de vida.

Oslo é uma das cidades mais caras do Mundo. Existem sinais de extrema riqueza mas também estranhamente de pobreza. A cidade é lindíssima, imponente e organizada, mas o choque com Gotemburgo é na vida que se vê nas ruas. Existe muito pouca concentração de pessoas, a cidade também não convida as pessoas a viverem-na, são poucos os espaços de lazer, não há um bar em cada esquina como em Gotemburgo. À noite apesar da quinta-feira, também pouco movimento e bastante concentrado.

Rumo a Leste, Varsóvia é uma cidade de grande dimensão, sente-se pela confusão nos transportes, a agitação nas ruas, percebe-se o porquê, Varsóvia e a área circundante têm quase 3,5M de pessoas. É uma cidade a duas velocidades. Por um lado, os centros histórico, extremamente imponente com sinais da riqueza de outros tempos, e empresarial onde estão as empresas multinacionais a povoar alguns arranha-ceús. Por outro, os primeiros sinais de que estamos no Leste, a frieza das ruas e edifícios, o rosto desligado das pessoas, o contraste na riqueza e ainda muitos sinais da Guerra que destruiu grande parte da cidade.

Cracóvia, é diferente. É uma cidade mais pequena que vive muito de uma das mais antigas Universidade da Europa. Estamos claramente menos a Leste, de resto a cidade esteve sobre controlo Austríaco durante várias décadas, inclusive durante o século XX, num período que cobriu a “Belle Époque” Austríaca. Vê-se esse contexto histórico na arquitectura, e no urbanismo num registo bem menos soviético. Não vi sinais da Guerra e os campos de concentração, nomeadamente o de Auschwitz-Birkenau estava ali ao lado; talvez se deva ao esforço dos Nazis em encobrir o Holocausto. É uma cidade lindíssima, jovem, com bastante vida e organizada. A noite é animada pela extensa população estudantil. Um cidade capaz de conciliar uma vertente cultural e lúdica na perfeição.

Definitivamente um conjunto de destinos que recomendo.

Cumprimentos,
Pedro Correia

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