quinta-feira, 11 de novembro de 2010

In fine

Não é a dicotomia entre se estudar “o que é” e o que “deve ser” que é importante, é a aplicação prática. Já percebi que gosta de ciência política, de filosofia e teoria.

Tem razão meu caro, é importante alargar horizontes. Sugiro que se filie num partido, que avance para o combate político na rua, que se aperceba das dificuldades dos portugueses. Faça um porta a porta, visite regiões do interior e perceberá que a política é muito mais que um jogo de boas intenções, de belos textos e bons debates. Tente que as pessoas votem na sua causa e vai perceber que por muita ciência política, filosofia e teoria que tenha, elas valerão de bem pouco.

Avance para o terreno e vai perceber que afinal socialista, comunistas e bloquistas não são desligados da sociedade. Na verdade, estão bem ligados à sociedade, prova disso é a crescente representatividade de partidos como o PCP e BE – meus adversários políticos por natureza e temo a sua crescente representatividade. Representam mais de 17% da população portuguesa, discordo profundamente das suas posições, mas não subestimo adversários. Sabe, é que as pessoas exercem o direito de voto na plenitude da sua liberdade.

Vamos discutir algo importante como o actual estado do país – é a segunda vez que escrevo isto e não reentarei mais neste debate. Reafirmo, que apenas salientei a minha tolerância: Assumo a minha liberdade e tolero a dos outros, as suas convicções e as suas opiniões.

P.S. Um dia podemos juntar-nos numa esplanada a contar piadas, também sei umas quantas sobre monárquicos, liberais e conservadores. Mas não o vou fazer aqui, sairia fora das intenções da criação deste blogue.

3 comentários:

  1. Caro Tibério,

    Também não voltarei a este inócuo debate, pelo menos nos posts, até para não entediar os leitores.

    Apenas uns breves pontos:

    1) Desligado da REALIDADE não é o mesmo que desligado da sociedade. A realidade abarca muito mais do que a sociedade.

    2) Os partidos políticos não esgotam a política. Pelo contrário, cada vez são menos capazes de dar resposta aos anseios dos portugueses, como se comprova pelos indíces de descrédito nos partidos e pelos níveis de abstenção.

    3) Também eu não subestimo adversários. Mas não tolero inimigos da liberdade e da tolerância. E precisamente por não os subestimar e por estudar bem aquilo que defendem, é que sou forçado a assumir esta postura.

    4) Não sabia que não se podem contar piadas neste blog. Já viu como está outra vez a tentar (muito pouco subtilmente, diga-se de passagem), limitar o que escrevo? Um bocadinho mais de sentido de humor, é só o que se pede. E conte piadas à vontade que eu não me importo, muito pelo contrário!

    Cumprimentos,

    SPP

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  2. Samuel,
    no ponto 1 - dificilmente alguém atinge 17% de representatividade, desligado da realidade e da sociedade. O sentido é o mesmo.

    no ponto 2 - os partidos não esgotam a política é verdade, mas são os únicos que a fomentam a longo prazo e os únicos a assumir os problemas e soluções do país. E não são apenas os partidos que têm índices de descrédito, é toda e qualquer pessoa que se envolva na política - adquire logo o rótulo de boy se tiver menos de 30 anos e de aldrabão se tiver mais de 30 anos. Dai a sugestão que lhe deixei no post.


    Haja Saúde

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  3. Tibério,

    Representatividade é um conceito que carece de operacionalização e que pode ser afinado em termos de grau através dos instrumentos dos sistemas eleitorais que decorrem dos princípios de representação política (representação propocional e representação por maioria, que têm diferentes fórmulas eleitorais de conversão dos votos em mandatos, o tipo e a magnitude dos círculos eleitorais). Dois partidos que defendem anacronismos não podem ser outra coisa que não desligados da realidade. Mais do que a realidade interna, ressalve-se o ambiente em que nos movemos, o sistema internacional, e a multiplicidade de actores neste.

    Quanto à sugestão, meu caro, conheço um pouco da realidade da JS e da JSD - desta última, aliás, conheço bem mais. Um dia, talvez, veremos...

    Cumprimentos

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